Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalha a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Símbolo do poder econômico no começo do século 20, ramos de café ainda podem ser vistos nas fachadas de alguns prédios no centro histórico. Veja fotos
Neste artigo, Ingrid Ambrogi, professora de História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, mostra que os ramos de café nas fachadas de alguns edifícios no Centro revelam uma parte marcante da história de São Paulo. Ela também indica um roteiro de prédios onde ainda hoje esses símbolos podem ser vistos.
Ingrid Ambrogi *
Podemos observar as cidades de diversos ângulos, as fachadas dos edifícios dão pistas de diferentes padrões estéticos e seus símbolos. Em São Paulo, diversas construções do Centro possuem ramos de café em adornos presentes nas fachadas, um símbolo de poder econômico advindo da tradição agrícola do país. Também identificado como ouro verde, sua representação se vinculou com o poder instaurado durante o final do século XIX até o início do século XX.
Assine nossa newsletter para ficar por dentro de tudo o que rola no centro
Alguns exemplos que podem ser visitados em um percurso plano pelo centro antigo. Iniciando próximo à Praça da Sé, encontramos o Palacete Chavantes, que fez parte da história da família do cafeicultor João Batista Mello de Peixoto, que construiu o prédio no terreno que recebeu como dote em seu casamento com Geneza Peixoto Gomide, filha do senador e cafeicultor Peixoto Gomide. A história do edifício remete ao lugar que a família ocupava na cidade, as relações de poder com negócios do café, vinculados de maneira habitual com a política.
Palacete Chavantes
A Casa Alves Lima também traz adornos com ramos de café frutificados. Sua construção demonstra a opulência do início do século XX. Esse prédio foi o primeiro a ser construído na Rua Barão de Itapetininga e, assim como o Palacete Chavantes, foi projetado como moradia, sendo depois transformado em edifício comercial, na medida em que o centro velho se consolidava como polo econômico e financeiro na primeira metade do século XX.
Casa Alves de Lima
Este prédio, que abrigou a família Alves Lima por quase meio século (1905-1950), foi utilizado como moradia e apresenta em sua fachada detalhes delicados, estilo Art Nouveau, característicos da época de sua construção, com seus ramos de café laureando o esquadro da porta de entrada.
Já o Edifício Guatapara abrigou a primeira galeria do centro da cidade, aberta em 1933, ligando a Rua Barão de Itapetininga a Rua 24 de Maio. O local foi sede da Companhia Agrícola Guatapara, de propriedade da família Matarazzo.
As ruas abertas após a construção do Viaduto do Chá foram consideradas, na época, o centro novo da cidade. No entanto, o edifício Guatapara é representativo, em especial, por ter sido construído no período de declínio da economia cafeeira e, mesmo assim, utiliza o café como um símbolo de distinção em sua fachada.
Casa Guatapara
Os arranha-céus do início do século XX surgem como um emblema de modernidade. Mas, no caso do edifício Chavantes, se vincula a uma estética eclética ao trazer ícones de tradição antiga, como o painel decorativo do prédio, ao mesmo tempo volta à origem daquilo que o painel de fato representa, a tradição latifundiária e a hegemonia econômica e política.
Edifício Saldanha Marinho
Os ramos de café também estão presentes em construções como o da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, (Edifício Saldanha Marinho) em que aparecem estilizados com uma estética art déco, geometrizados. Pode-se também verificar a estilização das folhas dos ramos de café no gradil do Edifício Azevedo e Villares, que tem como inspiração a estética de construção estadunidense, que desponta nos anos de 1930, tendo como ícone o Empire State Building (1929).
Edifício Azevedo Villares
Esses são alguns exemplos de um olhar que busca pistas em uma cidade plural como São Paulo. A cidade se revela através de vestígios e da sobreposição de valores, como uma escolha que não rompe com a tradição, mas tenta flertar com as tendências mais contemporâneas.
(*) Ingrid Ambrogi é professora de História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Leia também: CONHEÇA OS CAFÉS DO CENTRO HISTÓRICO DE SÃO PAULO
CONHEÇA A HISTÓRIA DO CENTRO NOVO DE SÃO PAULO, A REGIÃO DA REPÚBLICA
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalha a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Espaço, que fica no 42º andar do edifício Mirante do Vale, amplia a área para uma vista de 360 graus e recebe exposição que teve participação do A Vida no Centro
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre sambistas de São Paulo, homenageados em estátuas no Centro
Conheça a história do Parque Augusta: de colégio de freiras de elite a área disputada pelo mercado imobiliário
Sesc 14 Bis abre no Bixiga com três andares com teatro, cafeteria, exposição, atividades físicas e lúdicas para crianças. Conheça o espaço
Satyrianas 2023 tem como tema Re_existir no Zé-Fênix, em homenagem a José Celso Martinez Correa, e sessão de abertura no Teatro Oficina
O guia Laercio Cardoso de Carvalho fala sobre uma reunião de fantasmas que habitam o Martinelli e estão preocupados com o Centro
Prêmio SP+Digital foi concedido a perfis de redes sociais que ajudam a divulgar programação cultural da cidade. A Vida no Centro é premiada
Conheça a história da Praça Roosevelt, de primeiro estádio de futebol do Brasil a espaço cultural
A Vida no Centro faz roteiro contando a história da Praça Roosevelt na Jornada do Patrimônio 2023. Veja programação
Experiência no Centro de São Paulo relembra jantares de Gertrude Stein e sua mulher Alice Toklas em Paris no fim do século 19
Clique no botão abaixo para receber notícias sobre o centro de São Paulo no seu email.
Clique aqui não mostrar mais esse popup